segunda-feira, 12 de abril de 2010

O QUE EU VOU DIZER LÁ EM CASA?

Por Alex Cereda
Quem tem um pouco mais de idade pegou a melhor fase do narrador Sílvio Luiz. Dividia os melhores jogos com o Luciano do Valle na TV Bandeirantes (na época nem era Band ainda). E quando algum jogador perdia um gol feito, ou fazia alguma coisa bisonha em campo, ele vinha com um de seus bordões consagrados: "e agora, o que eu vou dizer lá em casa?".
Terminado o jogo de sábado em Jataizinho, depois da atuação vexatória e ridícula do time, não tinha o que se pensar senão o bordão criado por Sílvio Luiz.
Perder, evidente, não seria algo impensável. O time adversário joga junto há muito tempo. É praticamente o mesmo time que empatou contra o Dieselcar F.C. há pouco mais de um ano. Tem entrosamento, sabe utilizar muito bem o tamanho do campo, tem jogadores rápidos, enfim, é um time que tem uma estrutura de jogo montada há muito tempo. Portanto, perder seria um resultado considerado normal.
Anormal foi como a derrota foi construída. Nosso entrosamento ainda é precário. Jogamos juntos há cinco partidas. Logo, seria natural que nossa equipe procurasse, pelo menos na maior parte do tempo, buscar a proximidade entre os jogadores. Não foi o que ocorreu. Estivemos muito distantes um dos outros durante toda a partida e em raros momentos buscamos trocas de passes curtos. 
Na defesa, foram evidentes os buracos deixados, o que foi um prato cheio para o veloz time adversário, que durante toda a partida jogou com toques curtos no meio do campo e bolas aprofundadas para os laterais.
Evidentemente que a falta de vontade da maioria dos jogadores (Negão e Henrique foram exceções) foi o fator determinante para a derrota. Mas também é preciso levar em consideração que o tamanho do campo atrapalhou muito nossa equipe. A mesma coisa ocorreu contra o time do Teoria na Toca do Jacaré. Em muitos momentos daquela partida marcamos de forma equivocada e precipitamos saídas de bola. Só que naquela tarde jogamos com muita disposição, mais até que o adversário. E por isso fomos premiados com a vitória.
Para uma equipe acostumada a jogar em um campo com a metade do tamanho daquele de Jataizinho, é normal ficar perdido dentro de campo. O que não pode acontecer é levar dois ou três gols e simplesmente parar em campo como paramos, esperando a goleada acontecer.
Levantar a cabeça e aprender com os erros é o que nos resta. Devemos sempre ter a derrota de sábado como modelo de como não entrar em campo. Atingir o equilíbrio, sem  euforia nas vitórias e sem desânimo nas derrotas, é o que vai manter nosso time competitivo. 

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